quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Qual é a leitura que você faz dessa charge?


A charge retrata dois contextos sócio-históricos diferenciados que refletem a relação entre a escola e a família do aluno. Compreendemos que, em 1969, a escola detinha o poder para avaliar o aluno, em contrapartida, os pais responsabilizavam o filho pelos resultados na avaliação. Aquela realidade já não é mais aceita em 2009, pois muitos foram os sujeitos excluídos do processo de escolarização devido ao autoritarismo de muitos professores que não buscavam avaliar para ajudar o aluno a superar suas dificuldades, mas para dizer que eles não aprendiam ou que não atendiam aos objetivos dos professores. Hoje, os profissionais da educação ao avaliar também são avaliados, apesar da escola não ter todos os recursos disponíveis para lidar com a heterogeneidade de alunos é ela que tem assumido todas as tarefas sociais, mesmo sem condições para isso.
A leitura da charge apresentada indica ainda que, a escola/professores anda(m) numa “corda bamba” diante dos resultados negativos do processo de ensino-aprendizagem demonstrados pelo sistema de avaliação do ENEM, SAEB, Prova Brasil ou outros, os quais têm apontado um baixo desempenho dos alunos em leitura e escrita, no ensino de língua materna. Porém, na busca de um culpado aos problemas identificados, muitas vezes, estes deixam de ser resolvidos dentro de um processo democrático que requer a ação coletiva da escola, da família e dos governantes (no sentido de direcionar políticas publicas adequada às escolas, especialmente às públicas). Assim, para a prática de sala de aula ter resultados satisfatórios é preciso um maior investimento na formação técnica/cientifica dos professores para que estes possam refletir sobre sua ação pedagógica, maiores investimentos públicos para melhorar as estruturas físicas das escolas, os salários dos professores, entre outros fatores.
Acreditamos que em nossa área de atuação docente - língua portuguesa - seja preciso uma reformulação da concepção de linguagem dos professores, pois muitos deles não têm clara uma concepção de ensino e isso corrobora para as práticas de ensino vigentes em que mantém um processo de exclusão de nossos alunos, em contrapartida de exclusão da escola e a desvalorização do professor.
É preciso comprometimento dos profissionais da educação e dos responsáveis pelas políticas publicas destinadas à educação, com vistas para uma nova escola, pois se os nossos alunos não aprendem a ler, a escrever, a serem cidadãos críticos, qual será a função da escola neste contexto sócio-histórico (2009)?

Professor (a): Soeli Aparecida Rossi de Arruda (CEFAPRO/CÁCERES-MT).

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